Ex-gerente de cultura em Mauá, Rafael de Castro acredita que investimentos em cultura auxiliam no desenvolvimento da cidade
O ex-gerente de cultura em Mauá, Rafael de Castro, de 42
anos, avaliou serem importantes os investimentos feitos na área como uma forma
de auxiliar no desenvolvimento econômico da cidade. O ator e diretor de
espetáculos públicos, que atuou entre 2022 e 2024 na gerência - antes de deixar
o cargo para disputar uma cadeira na Câmara de Mauá - elogiou o trabalho que
vem sendo realizado no município para fomentar o setor e dar mais espaço para
os artistas mauaenses.
Castro analisou que a chegada de recursos durante seu
período na área, provenientes de leis como Lei Federal Paulo Gustavo - que
destinou cerca de R$ 3 milhões ao município para serem exclusivamente
investidos na cultura - e de programas como a PNAB (Política Nacional Aldir
Blanc de Fomento à Cultura) são essenciais não somente para ajudar no
desenvolvimento cultural, mas também para trazer ganhos econômicos para o
município.
"São importantes (os recursos) porque movimentam não
somente o setor cultural, mas a economia da cidade como um todo. Digamos que um
grupo de teatro vá montar um espetáculo. Ele vai precisar comprar figurino,
comprar cenário, vai se deslocar para ensaiar, vai se alimentar depois de um
ensaio. Então, é um dinheiro que vai girar dentro da própria cidade, vai
movimentar a economia", afirmou. "Quando eu vou no teatro assistir um
show musical, um espetáculo de dança ou mesmo de teatro, eu acabo saindo dali, eu vou comer alguma coisa. Ou seja, eu estou movimentando (a economia). Como
que eu fui até o teatro ou a algum outro espaço alternativo? Eu usei o ônibus?
Eu abasteci o carro para ir até o local? Então eu estou movimentando a economia
e às vezes a maioria das pessoas não enxerga esse movimento como importante
também, além da questão cultural e artística", completou.
Com mais de 25 anos de experiência na área e tendo ocupado
também os cargos de diretor do Teatro Municipal e de diretor de formação e
difusão cultural, Castro também opinou sobre a função do Poder Público no
fomento à cultura, pontuando que o estímulo à produção artística deve ser feito
por meio de investimentos em estrutura. "O Poder Público tem que ser um
catalisador daquele projeto que já existe, ser a mola propulsora. Essas leis de
incentivo, elas dão um impulso para aquele projeto que já existe",
observou.
Já sobre seu trabalho na gerência, Castro revelou ter sido
convidado a assumir o cargo na Cultura em Mauá, após um tempo trabalhando em
Ribeirão Pires, e ajudou na implantação de diversos projetos, como a Casa SP
Afro Brasil, no Jardim São Jorge do Guapituba - espaço que oferecerá
atendimento psicossocial, apoio jurídico pra famílias de baixa renda, com foco
nas famílias negras, além de possuir uma cozinha comunitária e um espaço
multiuso para sediar palestras, oficinas de geração de renda e combate ao
racismo; a criação do mapa cultural Mauá (que conta com mais de 3 mil
cadastros, sendo cerca de 700 somente da cidade); a eleição do Conselho
Municipal de Cultura; a publicação de editais para fomentar projetos de
artistas mauaenses, entre outras iniciativas.
Segundo ele, todas as decisões referentes ao setor eram
discutidas pela gerência. "O processo lá na gerência de cultura é de
diálogo muito próximo da comunidade cultural. Desde a formação do conselho
municipal de cultura, da construção das eleições do conselho municipal, as
oitivas e reuniões abertas com a comunidade cultural para construção das
políticas públicas da área da cultura, a gerência que estava
direcionando".
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